quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Da Luz e Da Treva

Uma vez disse que até professar não crer em algo é uma forma de ACREDITAR.
Nós - a humanidade - somos assim: sempre precisaremos depositar alguma parcela de confiança em algo externo a nós, parte por auto-ajuda, parte por uma experiência social; para sentir-se conectado a outro ente humano em um nível além do físico.

Mas, existem momentos em que fechamos os olhos e resolvemos aceitar que aquilo que deveria ser um instrumento de vinculação torne-se um divisor entre o 'eu' e o 'outro'; entre o 'deus' e o 'não-deus', entre o 'crente' e o 'ateu'. E há pessoas que ficam extremamente confortáveis tanto em um pólo quanto em outro; tão confortáveis que se acham senhoras da Verdade Absoluta e apregoam maledicências e maldições vingadoras contra todos que não compartilhem de seu modo-de-vida.
Acabamos tendo um grupo que se esforça demais pra provar que o outro está errado; mas de que adianta isso??, eu pergunto.

No fim, não há Verdade Absoluta, nada é mais frágil e relativo que a verdade! Ela só torna-se "absoluta" quando tomada como consenso (ou senso comum) por um grupo de indivíduos, uma comunidade, uma cidade, um país!
E é deste 'consenso comum' que derivam coisas como "moral" e "ética"; não que sejam de todo negativas, mas a sombra gerada por suas luzes são - muitas vezes - fatal para aquele sobre o qual este sombra incide.
Neste momento temos as guerras de todos os estilos e níveis!

Pois mesmo quando um homofóbico grita "viadinho" para outro homem na rua, é uma guerra: a guerra do preconceito e medo da aceitação do que é diferente contra o direito da pessoa ser feliz como acredita que deva ser...

Isso até nossa constituição nos garante... Mas tudo gera reação.

O problema não é a reação, mas sim quando ela é pautada apenas no medo e na ignorância apoiados no fanatismo cego, desmesurado e rançoso...

Fica aqui uma última pergunta:

Este esforço todo vale mesmo o prêmio (a destruição da auto-estima, amor próprio e bem-estar psicológico de outra pessoa)????

Fica de sugestão, aos que por ventura leiam isto e se interessem em responder meu questionamento, assistir ao filme "Prayers for Bobby" (Orações para Bobby, em português - baseado em uma história real, ok?! para os prováveis detratores que certamente o atacarão), que podem assistir online clicando no nome original, ou podem buscar para download.

Creio ele representar bem o que quero dizer quando questiono o que é mais importante: nossa inata capacidade de amar??, ou a forma que nos é ensinada de exercer esta capacidade??