sábado, 28 de abril de 2012

DO PORQUE VOCÊ VOTA EM QUEM VOTA?

Eleições chegando e mais uma vez seremos obrigados a aturar todas as falácias de nosso "excelsos" candidatos; ok! Sei que alguns ainda são "flor que se cheire", mas a que preço??

Existe uma coisa que sempre me incomodou desde que acordei para a vida e comecei a questionar as coisas:

PORQUE O VOTO NO BRASIL É OBRIGATÓRIO?!


Sério gente: em uma "democracia livre", porque o cidadão é coagido a comparecer às urnas a cada pleito? Inclusive sofrendo punições caso "exerça seu direito" a não-votar??

9 - O que acontece se eu não votar e não justificar a minha ausência?
O eleitor que não votar nem justificar sua ausência nos prazos determinados pela Justiça Eleitoral incorrerá em multa imposta pelo Juiz Eleitoral. Sem a prova de que votou, pagou multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor inscrever-se em concurso público, obter passaporte ou carteira de identidade, renovar matrícula em estabelecimentos de ensino oficial, obter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo, participar de concorrência e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Se o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas, seu título será cancelado.


Agora vejamos: SE eu - cidadão brasileiro pagador de impostos (portanto sustentáculo do Judiciário, Legislativo e Executivo), resolver que todos os candidatos ao cargo eletivo no presente pleito NÃO SÃO merecedores de minha escolha, NEM DIGNOS de gerenciar a Nação; ou que as plataformas de campanha dos partidos não são suficientemente esclarecidas e convincentes quanto ao projeto de resolução dos problemas do país. E então, optar por não desperdiçar meu tempo indo ao local de votação e nem 'justificar' meu "pecado" político, não poderei mais usufruir dos bens e serviços públicos???? Me tornarei um indigente???
Se funcionário público eu for, passarei fome??



...II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subseqüente ao da eleição;...


Que raio de liberdade democrática (ou seria demagógica??) é esta em que vivemos???
Então, se nenhuma das opções me apetecer, mas eu ainda assim ter que escolher - sou analfabeto político se voto nulo, ou em branco?? - ou devo seguir a filosofia idiotizante do "menos pior"??


Muitos nos querem convencer que votar assim - NULO - é jogar fora nosso exercício de cidadania, que fazendo isto, não se poderia reclamar da situação atual do País. Então votar nulo NÃO É PROTESTO, mas VOTAR NO TIRIRICA É??




Estas São apenas algumas das proposições que faço. Mas eis que encontro na web um texto que transcreverei abaixo que serve perfeitamente para exemplificar o que o que digo:



(i)Por que o voto é obrigatório no Brasil?
A resposta a esse questionamento parece simples: todos temos a obrigação de votar, porque a Lei (CF/88, art. 14, § 1º.) exige e pune quem a descumprir. Então a questão deveria ser reformulada: por que fazer leis obrigando o cidadão a votar? 
De antemão, devemos lembrar que a Constituição Federal foi elaborada por políticos (deputados e senadores), através da Assembléia Nacional Constituinte. Portanto, foram eles que imprimiram na Carta Maior a “imposição” do voto. Isso configura “legislação em causa própria”, pois tais políticos sabiam que o voto facultativo no Brasil não daria certo. Seria ínfimo o número de eleitores “voluntários”. Conseqüentemente, a ausência de votantes exigiria a implantação de um novo sistema eleitoral. A propósito, fala-se muito da arrogância e do monopólio americano (e concordo com isso). Entretanto, os Estados Unidos adotam o sistema do voto facultativo. Ainda assim, a população em massa vai exercer sua cidadania. Ademais, os eleitores daquele país se envolvem nas campanhas dos candidatos, participam de prévias e convenções dos partidos.
Logo, a tese de que o voto facultativo desestimula o comparecimento às urnas é infundada. Aliás, uma pesquisa comprovaria que os brasileiros votam desmotivados, justamente porque são obrigados a tal sacrifício. Exercem o dever e não o direito.

(ii)A saga das urnas eletrônicas
“Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha; porque o remendo novo tira parte da roupa velha, e fica maior a rotura”. (Marcos, 2.21)
Há uma propaganda maciça de que o sistema de urna eletrônica é bastante moderno e praticamente infalível.
Entretanto, estão colocando remendo novo em tecido velho. Isto é, o que adianta ter um sistema tão avançado atuando num contexto extremamente atrasado? Para que fazer uso de tecnologia de ponta, quando as mentes e a educação dos que comandam esse sistema não progridem?
“Ontem, fui exercer meu “direito obrigatório” de cidadão. No entanto, permaneci quase uma hora na fila. Motivo: urnas com defeito na minha seção.
A primeira estava em boas condições. Mas, aproximadamente uma hora e meia depois, parou de funcionar. A partir daí, iniciou-se uma saga de urnas quebradas, que iam e vinham. No total foram 8 (isso mesmo, oito, VIII, eight, ocho, huit, ********) urnas que não serviam para nada.
Houve protesto na fila – obviamente. Formou-se tumulto. Mesários foram ameaçados e quase agredidos fisicamente. A polícia apareceu; a imprensa também.
Ao perceber que não tinha alternativa, o TRE decidiu, quase 6 horas depois, que o voto seria manual, ou seja, por meio do papel.
Não vimos técnicos em informática aparecerem para verificar se o defeito era realmente nas urnas. Não testemunhamos a presença de eletricistas para observarem se o problema era na fiação elétrica da sala. O TRE decidiu muito tarde substituir as urnas pelas cédulas. Foram muitos os remendos velhos costurados sobre o tecido novo do sistema de votação tido como o mais avançado do mundo.
Indubitavelmente, se eu não tivesse a obrigação de votar, deixaria aquela fila na primeira meia hora. Não iria estragar meu domingo. Atitude que a maioria daqueles eleitores também tomaria.
Getúlio Vargas, o déspota que se disse pai dos pobres, se travestiu de democrata e se matou pretendendo ser herói, permanece o principal fantasma a habitar a política brasileira. Mas com o fim da ditadura militar ele ganhou uma nova companhia, a do voto obrigatório.
De disfarce à tirania o voto obrigatório passou a ser sinônimo de garantias democráticas e por isso defendido pela maioria dos parlamentares.
Mas o voto obrigatório é mais do que "apenas" parte do ritual eleitoral. Ele é uma forma de aprisionar a liberdade do sujeito dirigido cada vez mais pelo espetáculo midiático que a televisão proporciona diariamente em nossas casas através de uma lei que obriga a transmissão de programas eleitorais.
É outra medida obrigatória do nosso regime democrático em nome da educação política mas que funciona apenas para as TVs abertas poupando os assinantes de TV a cabo.
Ela é destinada ao cidadão mediano, com escassos recursos materiais e prisioneiro preferencial das telerrealidades criadas diariamente para entretê-lo.
A democracia, não só no Brasil, transformou-se em ritual eleitoral eletrônico que funciona associando educação política à eleição. Quando muito, instrui as pessoas a formarem grupos que aceitem a participação dentro do esquema das reivindicações seletivas organizadas pelos governos.
Hoje em dia elas são orientadas pelo princípio das sondagens eletrônicas que pretendem garantir a continuidade dos partidos ou das alianças políticas. As pessoas permanecem educadas para acreditar nos governos e a democracia se transformou num regime midiático, de respostas imediatas, que prioriza as pressões que possam ser transformadas em apoio político.
Com a midiatização da política, daqui para frente, seja com a continuidade do voto obrigatório ou com o regresso do voto facultativo, os governantes esperam irrisórias alterações significativas, mantendo sua eficiente educação que faz jovens e adultos acreditarem que votam livremente, mesmo quando coagidos.
Hoje em dia não se admite a sublevação contra a opinião pública. Isto seria considerado um crime!
Estamos no tempo da ditadura da opinião pública organizada pelas mídias. Um tempo em que os tiranos se apresentam como democratas juramentados como sempre em nome do povo, dos miseráveis, dos pobres, dos carentes, oprimidos ou excluídos.
Não há mais o perigo da ditadura da opinião pública, da ditadura da maioria; hoje ela é governo.
E você aí, por quê vai votar?

*frankj costa*





domingo, 1 de abril de 2012

Tudo mentira

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Aristóteles (384-322 a.C), o pensador grego, só aceitava duas maneiras de mentir: diminuindo ou aumentando uma verdade. O teólogo Santo Agostinho, no século IV, resolveu complicar o assunto descrevendo seis tipos diferentes de mentira: a que prejudica alguém, mas é útil a outro; a que prejudica sem beneficiar ninguém; a que se comete pelo prazer de mentir; a que se conta para divertir alguém; a que leva ao erro religioso; e. finalmente, a que ele considerava a "boa" mentira, que salva a vida de uma pessoa. Para as modernas ciências do comportamento, porém seja qual for a história falsa, a realidade é uma só: mentira é aquilo que se queria que fosse verdade.
O ato de mentir, contudo, é menos ou mais tolerado conforme os valores de cada povo e cada época. E até numa mesma sociedade podem coexistir graus diferentes de aceitação (ou repúdio) da mentira, de acordo com as expectativas que cada grupo social pode ter em relação aos demais. Os povos antigos, de maneira geral, condenavam a mentira, mas podiam mudar de ideia a partir do contato com outras culturas. Por exemplo, os povos da velha Índia tinham o preceito de só mentir para salvar um hóspede. No mais, os budistas pregavam que mentir equivalia a matar dez homens. Em tempos recentes, com a chegada dos colonizadores ingleses, a mentira passou a ser aceita com naturalidade pelos indianos, que a ela recorriam até para salvar a própria pele.
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Quando os animais mentem
A mentira, na natureza, é uma arma de sobrevivência. Muitas vezes, na luta contra o predador, a presa só tem chance de escapar se souber mentir bem. E o caso dos camaleões, que, graças à pigmentação especial da pele, se confundem com o ambiente. Ou de certos caranguejos, que vivem com a carapaça coberta por algas ou esponjas. Os insetos são especialistas em se fingir de cortiça ou de gravetos no tronco de árvores. Essas e muitas outras formas de mentira atendem por um único e verdadeiro nome científito - mimetismo.
O fenômeno foi estudado pela primeira vez pelo naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892), que observou o comportamento das borboletas no vale do rio Amazonas. Ele descobriu uma família de borboletas que conseguia escapar dos pássaros tornando-se parecida na forma e na cor com outra família. cujo sabor não agradava às aves. As borboletas apetitosas tratavam de voar misturadas às outras. Hoje se sabe que os animais memorizam certos padrões de aparência quando associam determinada presa a um gosto nauseante ou à dor. Portanto, mentiroso competente é aquele que consegue assumir uma aparência pouco atrativa para o predador.
Existem, porém, casos de automimetismo: animais que imitam outros da própria espécie. Os zangões, por exemplo, quando estão prestes a ser atacados, voam e zumbem como abelhas, que, como bem sabem os atacantes, têm ferrões para se defender-se a mentira pega, os zangões se salvam. Nem sempre, contudo, é a presa o mentiroso. Isso acontece no caso clássico do lobo em pele de cordeiro, ou seja, o animal que finge ser manso, se aproxima calmamente de outro com ar de quem não quer nada e sai ganhando uma refeição.


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Para ler tudo: Tudo Mentira