sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Hebdomadário Dragoniano

Cansado de remar contra a maré, decidi ser pluralista. Quer isto dizer que em cada dia da semana serei sua coisa. Passo a enumerar...
À segunda-feira:
Adopto uma postura juvenilmente nacionalista. Com tatuagem e piercings a rigor, hesitarei entre dedicar-me à criação duma espécie de rafeiro lusitano com pedigree confinado ao rectângulo pátrio, ou uma variante espirituosa de tuga peregrinus, em romaria devota pelo melhor dos mundos. No pior dos casos, ultrapassarei o entorpecimento ancestral dos brandos costumes, urdindo cargas homicidas ou raides punitivos contra a claque do clube rival, ou daquele que estiver mais a jeito nesse dia.
À terça-feira:
Serei marxista-leninista-stalinista et al (caiado a parlamentarismo de conveniência). Acharei bem que se mate, interne ou dê sumiço a quem não concorde comigo porque põe em risco a revolução e o caminho para a redenção humana. Morrem, são lobotomizados ou evaporam-se por uma boa causa e o que conta é a intenção. Os fins justificam os meios. Ámen.
Às quartas:
Serei democrata-liberal, de manhã; e democrata-neoliberal, à tarde. Tecerei louvas e incensos ao indivíduo e prostar-me-ei, às toladas e vénias, virado para Wall Street, em vassalagem ao Alá-Mercado e à pedra negra da Sociedade Anónima. Nada de pegar em armas: apenas calculadoras, telemóveis e portáteis. As armas, abençoadinhas não obstante, apenas as venderei para que outros se matem. De preferência pretos, árabes, monhés, chinocas ou quaisquer dessas escórias que não o branco anglófono made em Harvard, Yale ou Oxford e a sua corte internacional de cheira-cus e beija-rabos. Aproveito a confusão para mandar matar também alguns, cada vez mais, muito maus, que se opõem à redenção da humanidade pelo Milagre do Mercado, e vou sacando matérias primas e mão-de-obra ao preço da uva mijona.
À quinta-feira:
Serei democrata-cristão. Militarei sob um permanente estado de espírito esquizofrénico: a minha metade liberal, qual Caim belicoso, tentará matar a outra metade devota; a parte de mim que venera Mamon, arma emboscadas à minha parte que louva a Deus. Durante o dia, aproprio-me o mais possível; durante a noite, em sonhos, por descarga onírica, distribuo. Pelos lençóis.
À sexta-feira:
Serei da esquerda evoluída, lacoste. Só matarei embriões e tipos vegetalizados em camas de hospital. Em suma: coisas que não se possam defender. Pensarei também, muito, nas indumentárias, maquilhagens e penteados que melhor se adequam à próxima manifestação: aquela em defesa de facínoras, psicopatas e serial-killers, coitados, que o sistema fassista quer condenar à morte, no Texas ou na Cochinchina. No fundo, serei uma espécie de marxista-leninista desossado. A deslisar, sempre viscoso e babujante, de corninhos retrácteis e a causa às costas.
Aos sábados:
Serei republicano laico e progressista. Aqui é muito simples: comer e buber, ó terrim-tim-tim, passear no mundo. De manhã, à tarde e á noite. Às expensas do erário, evidentemente.
Ao domingo:
Serei conservador. Vou à missa, comungo e confesso todos os meus pecados. Dou banho à alma. Sou absolvido e recomeço tudo de novo. No meio de tudo isto, é importante conservar os escrúpulos e a consciência distraídos com qualquer coisa.

Agora não me venham dizer que não sou um gajo moderno.
Se isto não é ser moderno, então não sei o que seja. E duvido mesmo que tal disparate exista.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quando morre a eternidade?

Não é como as noites sem estrelas, têm sempre a iluminá-la o sol o teu sorriso e a claridade luminosa de teu olhar...
Ao vê-los é como se a madrugada tivesse surgido sempre, é como se a aurora a despontar vivesse.
Quando ris, tenho a impressão de que a alvorada surgiu só pra mim, quando a tua pele acaricio,
é como se o sol me envolvesse, unicamente a mim, no seu calor. Quando sinto teus beijos é como se nas minhas mão estivesse o Universo.
Se teu beijo me oferece o mundo, que riqueza eu não trocaria por ele?
Não quero que me digas um dia que eu te esqueci. Não quero que penses nunca, que te deixei de amar...
Dentro dos impossíveis vitais, esse é um deles.
Quando a Tempestade passou, ponderei:
será que esse amor morrerá um dia?
e algo dentro do meu ser, me perguntou:

Quando é que morre a eternidade?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Das Verdades Absolutas...

Originalmente em: "Mundo das Letras"

Porque será que todo "crente" tem "certeza absoluta" sobre tudo o que diz? Acho incrível eles aceitarem tão plácidamente que a idéia de um deus que fez tudo e está em tudo é suficiente pra explicar todos os segredos do universo.Como é possível que tantos "detentores da verdade" detenham tantas "verdades" diferentes??? A ciência, por outro lado, busca não a "verdade", mas respostas. Satisfatórias. PROVÁVEIS.

Sabe o que eu acho interessante? Quase todos esses supostos “detentores da verdade universal”, que explicam tudo apenas com a simplória (e insuficiente) visão de um deus em TUDO, dificilmente citam suas “fontes”. Dizem: “um professor famoso”(?), “como diria o filósofo”, e esse tipo de coisa. Nada pessoal, mas essas pessoas, aparentemente, não tem NENHUMA noção do que seja MÉTODO CIENTÍFICO. É preciso provar o que se diz, amigo. Se você cita alguém, CATALOGA a citação. Se afirma alguma coisa, tem que estar preparado para ser provado e contestado.

A teoria da evolução, se chama “teoria” unicamente para que a ciência não pareça mais uma “verdade universal”. Tudo que afirmamos, provamos. Todos os passos da Evolução podem ser verificados e provados, assim como a idade da Terra, a origem da vida gestacional, e todos os outros “mistérios” que os “religiosos” costumam explicar apenas como “milagres” ou “obra de deus”. O cientista, é antes de mais nada, um incansável inconformado. Sempre há mais para saber. Jamais aceita que algo “é assim por que é”.

Somos pessoas que dedicamos nossas vidas a procurar respostas VERDADEIRAS, prováveis, palpáveis.

É muito fácil dizer que um suposto deus nos criou, sem ter que se preocupar em provar quando, como nem onde. Até a própria origem do suposto deus é enevoada, (e indiscutível para eles). É incrível como tais pessoas usam arreios voluntariamente. Parecem não perceber que algo tão importante como a origem do seu deus devia ser algo amplamente discutido entre eles, e não ser proibida por seus dogmas, sob a pena de considerado “blasfêmia”. Vivem cegos, repetindo o que seus pastores lhes dizem! Pensam, com pensamentos alheios.

Pois eu lhes digo: Questionem!!

Questionem seu deus, seus pastores, seus dogmas. Desafiem o conhecimento pré-estabelecido, e vocês verão do que de fato suas religiões são feitas. Não tenham medo de pensar, porque lhe disseram que é pecado. O que é um pecado é você já utilizar apenas 5% do seu cérebro e ainda ter medo de fazê-lo. Pecado é viver essa vida, que é tão curta, sem sentir a emoção de PENSAR COM SUA PRÓPRIA CABEÇA. Pecado é aceitar todos os contos de fadas, anjos e demônios que te contam, sem se questionar.

E finalmente, se após pensar CRITICAMENTE sobre essas coisas (e todas suas outras dúvidas, porque não?), após pesquisar a fundo e com afinco, em várias fontes, após PROVAR suas teses (como nós, cientistas, fazemos), com a mente aberta (e aceitando que suas crenças PODEM ruir), você preferir continuar com sua fé nas mesmas coisas de antes, ao menos terá uma visão MUITO mais ampla do mundo e da vida. Para PROVAR que cientistas pesquisam, cito sua própria bíblia: "Provai de tudo e retei o que é bom". Esse "provai" tem o sentido de experimentar, buscar conhecer, testar, por à prova. Então, faça isso! Ponha suas convicções à prova. Alguns dirão aqui: "Não preciso provar nada, eu sei que foi deus que fez tudo". Mas eu lhes pergunto: supondo que seu deus nos tivesse criado, uma máquina perfeita como somos, porque nos impediria de pensar acerca de algo? Porque nos negaria alguma resposta?

E afinal, que mal te faria pensar mais um pouco?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Da Saudade e outras Índoles

blackrose

Saudade...

Sentimento estranho este.... Definido assim pelo dicionário ‘Michaelis-UOL’:

saudade

s. f. 1. Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas.

2. Nostalgia.

Ou ainda pleo dicionário ‘Aurélio’:

saudade
[Do lat. solitate, ‘soledade’, ‘solidão’, pelo arc. soydade, suydade, poss. com infl. de saúde.]
Substantivo feminino.
1.Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia:
Saudade! és a ressonância / De uma cantiga sentida, / Que, embalando a nossa infância, / Nos segue por toda a vida!” (Da Costa e Silva, Pandora, p. 83); “E uma saudade de casa começou a me agoniar.” (José Lins do Rego, Doidinho, p. 171).
2.Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.
3.Bot. Designação comum a diversas plantas da família das dipsacáceas, principalmente da espécie Scabiosa maritima, e às suas flores; escabiosa, suspiro:
“E ela deu-lhe do seio uma saudade / Murcha, e no entanto bela” (Gonçalves Dias, Obras Poéticas, II, p. 98).
4.Bot. Planta da família das asclepiadáceas (Asclepias umbellata).
5.Bras. Zool. V. assobiador (4).
6.Bras. Cantiga da terra, entoada pelos marujos no alto-mar. ~ V. saudades.
Rebenqueado das saudades. 1. Bras. RS Que curte a dor das saudades, da separação.

Mas, sabemos nós - os que a sentem - que saudade escapa à definições; e toda e qualquer tentativa de fazê-lo lhe é uma pintura opaca, pálida.

Saudade é um misto de angústia com nostalgia e contentamento... A certeza de ser feliz bastando para isso que saibamos a causa de nossa saudade estar feliz...

Acredito que a melhor definição de saudade segue-se nas linhas abaixo, onde transcrevo dois sonetos:

Soneto de FidelidadeVinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Amor é fogo que arde sem se ver (Luís de Camões)

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões (1524-1580)

Mas mesmo estas “retratações” não dão cabo do que vem a ser realmente a saudade e de todas as implicações que sentir isto representam para quem a sente…

Mesmo assim nada há de mais doce que a saudade sanada, nenhum orgasmo é mais inebriante que reencontrar aquele(a) que lhe faz suspirar saudades pelos cantos… ou mesmo sonhar acordado!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Do Perdão e Outras Grandezas

Já há um certo tempo atrás eu falava com um amigo meu – em um final de semana que passei em casa sua – e falávamos sobre perdão; contextualizando nossa conversa em um jogo de RPG chamado “Vampiro: A Máscara”, mais especificamente em um suplemento do jogo intitulado “O Livro de NOD” ( que seria uma espécie de ‘bíblia’ para os vampiros. Abaixo transcrevo o trecho no qual Caim – após haver sido expulso do Éden de NOD, embrenha-se ainda mais nas terras ermas e encontra a primeira esposa de Adão: Lilith; que lhe ensina como despertar seus poderes dormentes…

perdono

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A Tentação de Caim

E para a Escuridão veio uma luz-fogo brilhando luminoso à noite.
E o arcanjo o Michael se revelou para mim.
Eu era destemido. Eu perguntei o que ele queria.

Michael, General do Céu, portador da Chama santa, disse para mim.
“Filho de Adão, Filho de Eva, seu crime é grande e também a clemência de meu Pai é grande.
Você não se arrependerá do mal que você fez e deixará sua clemência lavá-lo para que fique limpo?”

E eu disse à Michael, “Não por graça [do Único Acima] mas por minha própria vontade que eu vivo, com orgulho.”
Michael me amaldiçoou dizendo
“Então, para que você caminhe nesta terra você e suas crianças temerão minha chama viva que morderá profundamente e saboreará sua carne.”

E pela manhã, Raphael veio de asas de lambent.
iluminando o horizonte, o guia do Sol, vigia do Leste.

Raphael disse “Caim de Adão, filho de Eva seu irmão Abel o perdoou de seu pecado você se arrependerá e aceita a clemência do Todo-Poderoso.”

E eu disse a Raphael “Não pelo perdão de Abel, mas pelo meu próprio perdão.”

Raphael me amaldiçoou, dizendo “Então, para que você caminhe nesta terra você e suas crianças temerão o amanhecer e os raios do sol irão queimá-lo como fogo onde quer que você se esconda. Esconda-se agora para o nascer do Sol não levar sua ira até você.”

Mas eu achei um lugar secreto na terra e me escondi da luz ardente do Sol.
Profundamente na terra eu dormi até a Luz do Mundo ser escondida atrás da montanha da Noite.

Quando eu despertei de meu dia de sono, eu ouvi o som de suaves asas avançando e eu vi as asas negras de Uriel estendidas ao redor de mim.
Uriel, ceifeiro, anjo de Morte, Uriel Sombrio que mora na escuridão.

Uriel falou quietamente a mim, dizendo “Filho de Adão, Filho de Eva o Deus Todo-Poderoso o perdoou de seu pecado.
Você aceitará sua clemência e me deixará levá-lo de volta, já não amaldiçoado?”

E eu disse a Uriel escuro alado.
“Não pela clemência de Deus, mas minha própria vontade que eu vivo. Eu sou o que eu sou, eu fiz o que eu fiz, e isso nunca mudará.”

E então, por Uriel o terrível Deus Todo Poderoso me amaldiçoou, dizendo
“Então, para que você caminhe nesta terra, você e suas crianças se agarrarão a Escuridão.
Você só beberá sangue. Você só comerá cinzas.
Você sempre será como você estava na morte.
Nunca morrerá, se mantendo vivo.
Você entrará para sempre na Escuridão, tudo que você tocar irá se tornar em nada até os últimos dias.”

Eu dei um grito de angústia a esta maldição terrível e rasguei a minha carne.
Eu chorei sangue. Eu peguei as lágrimas em uma xícara e as bebi.
Quando eu observei minha bebida pesadamente, o arcanjo Gabriel, Gabriel gentil.
Gabriel o senhor da Clemência, apareceu a mim.
O arcanjo Gabriel disse para mim, “Filho de Adão, Filho de Eva, vê: a clemência do Pai é maior que você sempre soube, agora há um caminho aberto, uma estrada de Clemência que você chamará de [Golconda] e fala para suas crianças disto para que seguindo esta estrada possam morar na Luz uma vez mais.”
E com isso, a escuridão foi erguida como um véu e a única luz eram os olhos luminosos de Lilith.
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Transcrevo-o exatamente como aparece no dito livro e aqui retomo o relato de minha conversa com meu amigo.

Me queixei que ‘Deus Todo Poderoso’ só enviou seus anjos após Caim haver aprendido – com Lilith – como sobreviver em seu exílio; en toda a sua desgraça, angústia e solidão.

Então meu amigo disse algo quer eu nunca havia parado para considerar: “O Perdão só é válido quando é pleno! É muito fácil oferecer perdão – e ainda mais fácil aceitá-lo – quando se está ‘na fossa’; quando se está fraco e combalido. O PERDÃO só possui valor real; quando ele é dado a quem tem plenas condições de compreedê-lo e aceitá-lo ou não. É necessário que haja verdadeiro e sincero ARREPENDIMENTO para que os atos de dar perdão, aceitá-lo e recomeçar a partir dele sejam realmente preciosos!”.

Jamais parara para considerar tal possibilidade, e a argumentação de meu amigo reduziu minha animosidade a este ‘evento’; embora tenha suscitado em minha mente mais perguntas que respostas. Mas um mérito isso possui: modificou RADICALMENTE minha interpretação de “PERDOAR”.

Obrigado!

sábado, 9 de maio de 2009

Da Morte e Outros Aprendizados


Ontem um amigo meu faleceu, hoje passei a manhã em seu velório…


As pessoas chegavam, choravam e começavam a conversar: contando lembranças boas, engraçadas; buscando algum consolo em compartir de recordações semelhantes… e eu? EU calado ficava olhando tudo e me sentindo um alienígena; um “estranho no ninho”.

Apesar de sermos amigos, nunca fomos muito próximos: saíamos pouco (não por falta de convite, mas por falta de aceitação de minha parte); e quando estávamos juntos sempre acabávamos discutindo por alguma coisa, já que mui raramente concordávamos em algo.

Mesmo assim fiquei sentido em ver tanta tristeza e dor, mais ainda por não conseguir – ou não poder, quem sabe?? – ‘confraternizar’ daquele sofrimento, mesmo agora; escrevendo isto; sinto-me comodamente impassível… Sinto falta dele, sei que sentirei cada vez que falarem dele.

Contundo, só fui chorar ao abrir meu e-mail e ler uma mensagem que me foi enviado pela semana da amizade… Insirirei a mensagem abaixo; espero que a leiam e que ela lhes lembre de alguém querido.

Aprendi
... que ninguém é perfeito enquanto não te apaixonas.
Aprendi

... que a vida é dura mas eu sou mais que ela!!

Aprendi

... que as oportunidades nunca se perdem aquelas que desperdiçamos...
alguém as aproveitará

Aprendi

... que quando te importas com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.

Aprendi

... que devemos sempre dar palavras boas...
porque amanhã nunca se sabe as que teremos que ouvir.

Aprendi

... que um sorriso é uma maneira econômica de melhorar o teu aspecto.

Aprendi

... que não posso escolher como me sinto...
mas posso sempre fazer alguma coisa em relação a isto.

Aprendi

... que quando o teu filho recém-nascido segura o teu dedo na sua mão
têm-te preso para toda a vida

Aprendi

... que todos, todos querem viver no cimo da montanha...
mas toda a felicidade está durante a subida.

Aprendi

... que temos que gozar da viagem
e não apenas pensar na chegada.

Aprendi

... que o melhor é dar conselhos só em duas circunstancias...
Quando são pedidos
e
Quando deles depende a vida.

Aprendi

... que quanto menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.

Obrigado.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Da Fé e Outras Crenças

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Depois de uma longa ausência (devida a vários fatores os quais não quero enumerar), volto à “casa” tal o ‘filho pródigo’ de uma parábola bíblica.

Originalmente, pensei em postar algo sobre o preconceito inerente às piadas; mas uma conversa que tive no MSN me fez mudar de idéia e resolvi postar o que virá abaixo; obviamente substituí o nome de meu interlocutor para preservar-lhe a anonimidade. O diálogo segue abaixo sem nenhuma outra alteração fora a que já discriminei…

Frank diz:
knock
knock
Mail diz:
Hum Hum
Frank diz:
hum hum o q?
Mail diz:
Nada
e ai como vais ?
Frank diz:
marromenos tô testando um porograma de streamwebtv
Mail diz:
Pq ?/
Sei.
Frank diz:
pq? Porque se eu dissesse que tá tudo bem seria mentira!
Na verdade apenas alguns aspectos da minha vida tão legais... Ah, lembra do meu amigo internado?
Teve dois AVCs e agora tá em coma induzido
Mail diz:
Meu deus
Frank diz:
deus não tem nada haver com isso
Mail diz:
Tem sim
ele deve ter tido um carma muito grande com Deus pra estar passando por isso.
Frank diz:
sei! Só que as religiões judaico cristãs não aceitam a idéia de carma por rejeitarem a reencarnação; sendo assim ele não pode ter acumulado um débito tão grande assim. Se a reencarnação (e o Karma) não existem nas religiões judaico-cristãs; e deus tem haver com a situação do meu amigo... Isso sustenta minha tese de que esse deus de que falam as religiões judaico-cristãs é um SOCIOPATA MOSTRUOSO E
Mail diz:
Doce
Frank diz:
VILÃO (pra dizer o mínimo); nada desse papo de "Deus é Amor"
pq doce? defende...
Mail diz:
KKKK
Papo totalemnte cético
Frank diz:
Sempre somos responsáveis por nossas situações, quer boas quer más; esse negócio de se enconder atrás de religiões é o que permite que as pessoas se iludam com esperanças de que alguém virá do infinito pra socorrê-las. Supermouse, só nos desenhos animados
Mail diz:
Tá já sei que és cético
Agora mudando de pau pra cacete
Frank diz:
é a mesma coisa, só mudou o substantivo
Mail diz:
Sim
Frank diz:
mas ainda não defendeste tua tese vã da "Ira Divina"
Mas o que é?
Mail diz:
Empresta R$ 100,00 ai até o dia 20
Frank diz:

se eu tivesse... Sá não tô matando chachorro a grito porque posso pegar fiado
Mail diz:
KKKKKKKKK
Frank diz:
pois é a parada tá ficando feia pro meu lado!
mas pra que queria a grana?
Mail diz:
Pagar umas prestações
Frank diz:
agora ferrou!
Mail diz:
Poi sé
mas Lá em cima tem gente que gosta de mim
Frank diz:
já desviei uma grana de uma conta que eu deveria pagar... Tá bom, vai cair grana do céu ou um surtado vai jogar do alto de um prédio bem quando estiveres passando sob, né?
Mail diz:
Não
eles lá em cima sabem que eu faço por merecer
ai eles me ajudam a conseguir de maneira honesta
Frank diz:
hum... sei!...
não gosto disso, assim fica muito fácil; vc fica seguindo preceitozinhos estabelecidos por PESSOAS a séculos atrás, na crença que alguma divinda não tem coisa mais importante pra fazer do que ficar verificando uma do-did-list de cada pessoa do planeta, pra poder decidir se ele pode ou não ganhar na loteria...
Oh, cara!
Mail diz:
Mas vc empresta grana pra quem vc não confia ??
Frank diz:
Já fiz isso; e assim tive certeza que a pessoa não mereceria nada mais no futuro (nem mesmo meu olhar)
Não duvido de deus, mas certamente não acredito em nenhuma tese religiosa sobre o mesmo
Mail diz:
Existe sim
quando vc crer em algo de bom
vc segue o exemplo.
Frank diz:
Bom e Mau são abstrações, vc não segue algo por ser bom e sim por ser conveniente aos teus próprios interesses.

E antes que queiras dizer que Deus faz a mesma coisa testando a fé das pessoas; digo que ele não precisa testar nada nem ninguém.
Posi se ele precisar, então ele não será Onisciente, Onipresente e menos ainda Onipotente...
Mail diz:
Vc faz de acordo com sua personalidade.
mas sempre tem algo que te envolve
Frank diz:
isso não explica nada; e eu tento chegar ao âmago das coisas... não se pode aceitar sem pensar e analisar; mesmo o que eu digo vem de um longo processo de 'mastigação' que repito todo santo dia
Mail diz:
Cada um com suas idéias
Frank diz:
conheces a história de Jó?
Mail diz:
sim sim
Frank diz:
pois ela deu origem a meu mote: "Quem é mais perigoso? O cão que morde, ou o dono que o manda morder?"
Mail diz:
O dono é claro.
Frank diz:
percebes a maldade Divina quando ele aceita a posta proposta por Sammael?
Deus é o dono e Sammael é o cão
e o coitado do Jó foi o otário no meio da briga dos dois bebezões querendo mostrar quem mandava mais!
Tá, as pessoas dizem que foi pra testar a fé de Jó, ou que foi pra ensinar uma lição à Sammael.
Bem na 1ª hipótese vemos a extrema maldade de Deus; pois sendo ele ONIsciente, ONIpresente e ONIpotente, ele já sabia o resultado de tal "provação"; não existe real avaliação quando se sabe de ante-mão o resultado!
na 2ª hipótese vemos a canalhice Divina, que não teve escrúpulos em usar sua 'muito bem amada criação' como joguete educativo para uma outra criatura; sabendo - sendo ONI-tudo - que isso não modificaria em nada a natureza de Sammael, uma vez que quando ele o criou, ele já sabia que este o 'trairia' e iniciaria uma rebelião.
Frank disse (14:48):
"Grande" deus esse...
Frank disse (14:51):
Devias te despedir! Acho muita grosseria saíres no meio de uma brainstorm minha!
Mas pensa nisso... É muito fácil botar a culpa nos outros e mais fácil ainda esperar pela ajuda Divina; assumir a carga das próprias decisões. Isso é que é importante! (embora eu ache que não pensarás, pois pra ti é mais cômodo simplesmente aceitar. Mesmo utilizando de incongruências 'doutrinárias'
Frank disse (14:52):
(reencarnação e cristianismo não combinam), segundo os dogmas cristãos crer em reencarnação é heresia. punível com a Danação Eterna.
tchau!

Bem, e esta foi a conversa…

Caso alguém se interesse pela ilustração deste blog; ela é de um artista francês chamado Gustave Dorè.

Esta imagem e outras podem ser localizadas em:

http://www.creationism.org/images/DoreBibleIllus/dore_pt.htm

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A Queda de Todas as Máscaras

O uso da máscara como elemento cênico surgiu no teatro grego, por volta do século V a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois principais gêneros da época: a tragédia e a comédia. A primeira tratava de temas referentes à natureza humana, bem como o controle dos deuses sobre o destino dos homens, enquanto a última funcionava como um instrumento de crítica à política e sociedade atenienses. Durante um espetáculo, os atores trocavam de máscara inúmeras vezes, cada uma delas representava uma emoção ou um estado do personagem.
Na vida real, fora do universo dos rituais, bem longe dos bailes de carnaval, dos palcos e do cinema, também nos mascaramos. A palavra personalidade vem do grego persona , que significa máscara. Na psicologia existem diversos estudos sobre a personalidade humana e uma das principais é a do suíço Carl Gustav Jung, que sugere a existência de oito tipos de personalidade. Outro estudo que vem chamando a atenção é o Eneagrama . O conhecimento tem aproximadamente 4.500 anos e sua origem é desconhecida. A teoria divide em nove as máscaras, ou personalidades, humanas. De acordo ela, a personalidade funciona como uma máscara invisível, uma casca que criamos para nos adaptarmos ao meio social. “ Para despir a máscara, é preciso contrariar os hábitos, vícios e paixões que cada tipo de personalidade adquire desde a primeira infância. Algo que não é nada fácil. Mas uma das funções desse estudo é exatamente a de nos dizer qual é o número da caixa onde nos empacotamos para que possamos sair da prisão da mecanicidade e despertar o nosso verdadeiro ser, que é consciente e não mecânico” , explica o estudioso em Eneagrama Mário Margutti.
Para a antropóloga e pesquisadora Zuleica Dantas, o ato se mascarar é uma forma de se ir de encontro à moralidade estabelecida pela sociedade sem comprometimento do reconhecimento . “Trata-se de uma necessidade de proteção, privacidade ou talvez da tentativa de ver, reconhecer, ouvir sem ser reconhecido”, diz. “O mundo é capitalista, competitivo. Devemos nos mostrar fortes, inteligentes, bonitos, bem sucedidos. Se expressarmos nossos sentimentos abertamente nos fragilizamos” , completa. Desde que o primeiro homem das cavernas resolveu cobrir o rosto, as coisas jamais foram as mesmas. O fato é que, ao contrário dos outros animais, nem sempre podemos manifestar nossos sentimentos, o que acaba por tornar a máscara útil para a convivência. Mas nem os super-heróis resistem ao anonimato. Assim como nos bailes de carnaval, sempre há o momento em que as máscaras caem. Cedo ou tarde, nossas verdades serão reveladas e nossos verdadeiros rostos serão mostrados. Resta saber de quem será a iniciativa.