sexta-feira, 4 de julho de 2008

Especial Dia do Orgulho GLBT: Muito antes de Stonewall...




No final do século XIX inúmeros grupos clandestinos se formavam nos escombros da Rússia, entre eles vigorava a idéia do "novo homem", aquele que não mais seria oprimido pelo regime Monarquista/Czarista russo. A então sociedade russa era extremamente religiosa, para ser mais específica, católica ortodoxa, no caso, machista e opressora, principalmente no que diz respeito às mulheres. É nesse contexto que surgem as primeiras teorias de libertação sexual feminista e homossexual. Nessa época a sodomia (sexo entre homens) era proibida, digno de serviços forçados na Sibéria, ou até mesmo a pena de morte.
A luta pela liberdade sexual está intrinsecamente ligada ao surgimento das idéias socialistas, porém, no final do século dezenove é proibida qualquer atividade política que seja contrária a monarquia russa. Mas, neste período os grupos estão cada vez mais articulados e a realeza cada vez mais decadente. O resto a história já contou e, no ano de 1917, os bolcheviques aboliram todas as leis contra a homossexualidade, a legislação soviética declara liberdade sexual sem interferência do estado. O que seria o ponto de partida para uma grande revolução sexual foi abafado com a ascensão do stalinismo, que revoga toda a legislação bolchevique, considerando a homossexualidade contra-revolucionária. Esta tornou-se ilegal (é até hoje na Rússia) e aí começa a perseguição aos homossexuais tanto no país russo, como em todos os outros que aderiram ao stalinismo. A população homossexual voltaria aos porões.
Nos anos 30 e 40, milhares de homossexuais seriam exterminados pelas câmaras de gás do regime nazista e fascista. O triangulo cor-de-rosa que hoje é usado como símbolo homossexual, foi usado no regime Hitleriano para identificar os gays nos campos. E tais estereótipos pregados pelos comunistas e nazistas, mesmo que perversos, impregnar-se-iam ao redor do mundo, na sociedade como um todo. O estigma de gay ser um desvio estava criado e disseminado. Passado os regimes ditatoriais, a comunidade gay agora teria que enfrentar o conservadorismo reinante em todas as sociedades, e o movimento homossexual recuperaria o seu brilho e gás em uma noite fatídica num bar de Nova York.
A vida gay nos anos 60 era completamente marginalizada e tal comportamento era considerado amoral pela sociedade e governos da época. O bar Stonewall, localizado na Greenwich Village (NY), era diariamente abordado por policiais que alegavam aos donos não terem autorização para vender bebidas alcóolica. avam-se claramente da Lei Seca como desculpa para uma forte repressão. Muita gente era presa, travestis eram humilhadas e levadas em camburões. Porém, na noite de 28 de junho de 1969, os freqüentadores cansados de serem espancados e desrespeitados, resolveram mudar a postura.
Em mais uma batida policial, os presentes no bar resolveram encarar a polícia e os colocaram para correr. Mas, eles voltaram com reforço e a guerra foi armada: de um lado gays, lésbicas, travestis e transexuais montaram uma barricada com carros, do outro a polícia altamente armada. Foram três dias de confronto, boa parte da mídia, entre os eles o New York Times, realizou editorial apoiando os freqüentadores do bar, e assim parte da sociedade começou a olhar de outra maneira para a então marginalizada população LGBT.
Após a batalha, muita pessoas de orientação sexual gay dos Estados Unidos, principalmente em Nova York, entenderam que teriam que se unir na busca por direitos e respeito. A partir daí surge então os primeiros grupos/ONGs a lutar em prol dos gays, lésbicas e transgêneros. Stonewall transformara-se em símbolo da libertação homossexual e no ano seguinte, 1970, seria realizada a primeira parada gay de NY. Nos anos seguintes seriam outros estados e cidades como Califórnia, San Francisco e outras. começariam também a realizar suas marchas.
No Brasil a história da libertação homossexual teria início uma década depois. Como marco é possível citar a criação do jornal Lampião e posteriormente a fundação do grupo paulistano SOMOS no ano de 1978. A partir daí inúmeros outros grupos começariam a se articular. Hoje, o dia orgulho é comemorado por mais de 140 países no dia 28 de junho em homenagem ao confronto de Stonewall. Nos Estados Unidos a comunidade LGBT tem comemorado a recente liberação do casamento entre gays no estado da Califórnia, que hoje faz par com Massachusetts.
Pelas terras brasileiras a comunidade gay tem mais a protestar do que a festejar, e o ano de 2008 tem sido repleto de motivos para tal, nunca se viu tantas travestis e transexuais serem assassinadas, ataques homofóbicos por todos os lados, a ferrenha sanha reacionária das partes fundamentalistas religiosas contra o PLC 122. Mas, por um outro lado, os brasileiros homossexuais já podem dizer que o governo brasileiro convocou a primeira conferência nacional GLBT e mais, que o presidente da república lá esteve. Hoje o produto mais consumido em seu país, a novela das oito, retrata, verossímil ou não, personagens gays e, com todos os defeitos tem a maior parada LGBT do mundo...
Assim, construiu-se a data histórica da comunidade de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Por mais que esse dia tenha sido erguido no rastro da memória daqueles que foram perseguidos e assassinados pelos regimes totalitários no começo do século XX e, por aqueles que nos anos 60 deram um basta a homofobia e a repressão policial e para o confronto foram, é um dia a se comemorar. Para se inspirar naqueles que lutaram e até mesmo padeceram pelo simples fato de não terem vergonha de sua originalidade. A data é também para llembrar que ainda nesse instante em que você lê esse artigo, há homossexuais perseguidos no Egito, enforcados no Irã, censurados em Cuba, presos e espancados na Rússia, apedrejados na Palestina e até assassinados covardemente no Brasil...

Em: http://acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=4967&Especial+Dia+do+Orgulho+LGBT%3A+Muito+antes+de+Stonewall%2E%2E%2E

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Campanha GAY Ministério Saúde BR Respeitar as diferenças




Interessante vídeo sobre não apenas a importância do uso da camisinha (para homossexuais ou não), como para o respeito às diferenças. pois são elas que nos definem como Ente Humano; afinal não somos yorgut, não podemos ser uniformes e lineares! É pena que ele tenha tido tão curta vida nos nossos meios de divulgação televisivos tão plenos de HIPOCRISIA; que mais interessados são em nos moldar às suas preferências e desejos que educar-nos!

Vale a pena pensar



Apesar de ser um videoclip; não acredito que isto o diminua como retrato de uma sociedade que se prende a dogmas irracionalizados (quando não irracionais em sua própria natureza). Mas não acho que ele seja uma apologia à Homossexualidade, nem tão pouco um incentivo à juventude para levantar a bandeira de sua orientação sexual; antes é o retrato da rejeição que o Ser Humano tem a tudo o que é diferente: pois o que é diferente assusta, apavora e quase sempre o Ente Humano responde a seu medo atravéz da violência e da tentativa de contenção ou mesmo destruição do que o apavora!


Embora a influência genética somente tenha sido melhor compreendida (embora não esclarecida) no início da decáda de 70 (com a retirada do "homossexualismo" da lista internacional de doenças); já de muito antes se haviam registro de práticas homossexuais (ou pederastas, segundo alguns) - qualquer aluno de história pode nos falar sobre certas práticas executadas entre os gregos, romanos e outros povos da chamada "ANtigüidade Clássica". Em 1948, Alfred Charles Kinsey, publicou o primeiro volume do famoso relatório sobre a sexualidade humana masculina (Sexual Behavior in the Human Male), em 1953 o segundo volume, abordando a sexualidade feminina (Sexual Behavior in the Human Female); conjunto de obras conhecidas simplesmente como 'Relatório Kinsey'. Graças a este trabalho que hoje sabemos não existir um homem ou mulher que sejam 100% hetero ou homossexual.

Quanto aos que alegam que Homossexualidade é "coisa do diabo" ou é "contra a vontade de deus"[escrevo em minúsculas por ter esta liberdade e este direito - uma vez que o termo se aplica a um Ente fora da esfera humana]; peço que lembrem que no Brasil Colônia {mais uma vez apelo à História, pois a ela pouco escapa}, alguns senhores de engenho mantinham negros viçosos trancados - nus - em cúbiculos isolados para que fossem usados em sua própria satisfação sexual, quando 'enjoavam' de deitar-se com suas boas esposas cristãs, suas boas amantes brancas e/ou cortezãs de mesma raça, ou ainda de suas bem-queridas escravas da Casa Grande; ou ainda para satisfação de algum amigo mais íntimo que partilhasse dos mesmos gostos ou algum 'ilustre' visitante que estivesse em busca de algo mais "exótico". Ocorrências das quais a "Santa Mãe Igreja" tinha conhecimento, mas fazia vista grossa por ser noção vigente e aceita que "negro é criação do Inimigo, portanto não possui alma; sem alma, não há pecado". Sábios não?!

E pra atacar ainda mais um pouco a "Santa Fé" Não podemos esquecer que a libertação dos escravos, no Brasil, não contou com apoio ou mesmo um pálido estímulo por parte da classe clerical; oposto direto do que ocorreu nos EUA e Inglaterra, onde os Quakers (grupo de orientação CRISTÃ) empenhou esforços férreos no combate a esta prática por entender que ela era INCOMPÁTIVEL com o conceito de IGUALDADE PERANTE DEUS!!!! (interessante, não?!). E para completar: se temos Libre-Arbítrio e Deus É AMOR (e já reza o ditado que ele é Pai e não Padrasto), não qcreio que compete a Homem algum julgar se o que ele faz é ou não errado, pode opinar, sugerir; mas JAMAIS atacar, humilhar, discriminar ou agredir de qualquer forma - velada ou não - a decisão de outrém. Pois se o Apocalipse vem, deixemos que o Altíssimo nos julgue segundo nossos atos de coração e não nossas palavras vãs, plenas de pompa e peçonha!

Pois não conheço um pai que não perdôe e que não ame seu filho e o queira ver feliz!

Posto que vivemos para sermos felizes, pois é uma das poucas coisas que levamos de nossa breve estadia neste mundo!

Material para referência e/ou estudo:

Livros, Periódicos e afins:
1-Trevisan, João Silvério; Devassos do Paraíso. Editora Record
2-Agosto de 1999; Revista SuperInteressante. Edição Nº 143. Editora Abril
3-Maio de 2008; Revista de História da Biblioteca Nacional. Edição nº 32. Editora da UFSC
4.a-Relatório Sobre o Comportamento Masculino (Relatório Kinsey; 1ª Parte).
4.b-Relatório Sobre o Comportamento Feminino (Relatório Kinsey; 2ª Parte).


Listo estas obras por achar que elas apresentam um bom apanhado de minhas argumentações!

Site de interesse:
*-http://www.revistaladoa.com.br/website/artigo.asp?cod=1592&idi=1&moe=84&id=2471